Vou estudar no estrangeiro. Tenho de fazer um seguro?
23 Novembro 2021 | 828
Antes de avançar com a decisão de estudar no estrangeiro, é importante ter atenção a algumas particularidades que não associamos automaticamente.
Estudar no estrangeiro é mudar toda a tua vida radicalmente durante esse período e aprender a viver numa sociedade com uma língua e uma cultura completamente diferentes da tua.
Para além disso, da mesma forma que, quando estás no teu país de origem precisas de poder dispor de uma variedade de serviços públicos, estares noutro país não significa que as tuas necessidades irão ser diferentes, pois existem serviços que são transversais a qualquer cultura, nomeadamente quando falamos de saúde, transportes, segurança, etc.
Estas decisões de vida implicam vários custos e um deles é, se faz ou não sentido apostar num seguro de saúde.
Na eventualidade de precisares de cuidados médicos quando estás fora, um seguro de saúde pode revelar-se muito útil e como tal, só por esse motivo, já vale a pena considerá-lo. Porém, em algumas circunstâncias isso nem é opcional, pois as escolas, os agentes de estudos no estrangeiro ou mesmo o país de destino, podem exigir que tenhas algum tipo de cobertura ao nível da saúde, como requisito de entrada no próprio país ou na instituição onde irás estudar.
Existem muitos cenários diferentes em que os vários tipos de seguros podem ser úteis. Sejam eles pequenos inconvenientes ou situações a nível nacional. Aqui deixamos alguns exemplos de problemas inesperados para os quais um seguro pode ser bastante útil: bagagem perdida ou roubada, atrasos ou cancelamentos de viagens, doença ou lesões acidentais, danos materiais, desastres ambientais no país de destino, transferências de país no caso de alguma intervenção cirúrgica, etc.
No entanto, é mesmo obrigatório fazer um seguro para estudar no estrangeiro?
A nossa resposta é que, após análise das possíveis variáveis, fica ao critério de cada um:
a) Estudante da UE a estudar num país da UE: para estes casos, não é obrigatório fazer um seguro, seja ele de saúde ou com outro tipo de cobertura, pois ao abrigo do direito Europeu, o cidadão Europeu tem o direito de acesso à saúde, em qualquer país dentro da União Europeia. Contudo, um seguro de saúde é igualmente recomendado para estes casos, pois o acesso à saúde e o seu subsequente atendimento varia muito consoante o serviço nacional de saúde do país onde estás a estudar, o que pode facilitar e agilizar o processo em algumas situações;
b) Estudantes da UE a estudar no Reino Unido: após o Brexit, os cidadãos Europeus deixam de ter os mesmos direitos que os Britânicos. Apesar de um seguro de saúde não ser obrigatório para estes casos, é recomendado o pagamento de um seguro à Health Surcharge no valor de 600€-700€ anuais, para se ter acesso ao serviço nacional de saúde do Reino Unido;
c) Estudantes internacionais: nestes casos, esta questão varia consoante o país para onde te estás a candidatar, pois cada caso é um caso e cada país tem as suas exigências e burocracias muitas vezes determinantes para a tua estadia nesse país ser aprovada ou não. Se por exemplo, quiseres estudar na Austrália, ou no Canadá, deverás informar-te sobre este tema junto das embaixadas desses países em Portugal.